Tempo, tão valioso, precioso. Nossas escolhas com o que fazemos com ele fazem toda a diferença em nossas vidas. Será por isto estarmos sempre com tanta pressa?
Quando meu filho nasceu o meu tempo parou. Nada mais importava a não ser ele, a nossa família, mas o tempo não parou ao redor. Meu sogro, ainda na maternidade, perguntou quando viria o segundo neto. A médica, com 15 dias me liberou para atividades físicas e nas consultas sempre cobrava meu retorno a estas atividades. Amigos e familiares cobravam quando poderiam visitar o pequeno. Logo depois pessoas perguntavam quando eu deixaria o bebê com alguém para sair somente eu e meu marido, afinal, “vida de casal também é importante!”
Por que tanta pressa?! Por que?! Não consigo compreender. Outro filho? Quando quiser, quando puder, depois de curtir muito o primeiro, talvez...talvez! Quando visitar? Assim que o bebê tiver a chance de se adaptar a este nosso mundo, um tanto estranho para ele. Assim que eu me adaptar a nova vida de mãe.
Agora vamos ao último ponto: sair eu e meu marido... para quê? Sim é saudável, é gostoso mas nós saímos assim durante mais de 11 anos (contando namoro, noivado e casamento). Nós já nos curtimos muito e agora, queremos curtir nossa nova família. Mesmo se não tivesse tanto tempo de namoro ainda seria delicioso aproveitar cada minuto deste momento. Não somos mais um casal, nos tornamos uma família.
Nos primeiros meses ficamos exaustos com as cólicas do pequeno, com as noites sem dormir, com a nova rotina. Ao mesmo tempo quando meu filho dormia corríamos para namora-lo no berço, apaixonados. Nos entreolhávamos cansados, exaustos, mas com grande felicidade, uma explosão de amor jamais sentida.
Posso afirmar: - Curtimos todos os instantes no primeiro ano de vida do meu filho. A primeira (e muitas outras) mamada, os cochilos, ele aconchegado em nós, o primeiro sorriso, o primeiro balbuciar, as primeiras brincadeiras, as primeiras papinhas e frutas, as primeiras palavras, os primeiros passos...
Fiquei com a famosa gordurinha na barriga ainda flácida, saimos pouco, tive o privilégio de poder reduzir bem meu ritmo de trabalho e aproveitamos muito, muito, este tempo que não volta.
Aos poucos nos adaptamos a nova rotina de família, de casal. Aos poucos e sempre aprendemos sobre nosso papel de pai e mãe. Retomei com alegria meu trabalho, as visitas, as festas, os encontros com amigos. No nosso tempo...sem pressa!