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terça-feira, 19 de julho de 2011

CONAR- Não teria sido melhor criar soluções?

Mesmo com tempo escasso precisava participar da Blogagem Coletiva do Projeto Crianças e Consumo sobre a resposta do Conar. Caso queiram saber mais leiam aqui!

Acredito que o Conar não tenha ofendido apenas ao Instituto Alana, mas a nós pais e mães dedicados e preocupados em relação ao futuro de nossos filhos. O tom do parecer é absurdo ao chamar o Instituto de Bruxa, ao desdenhar da alimentação saudável, ilusório dizendo que o fast food americano produziu grandes atletas e profissionais e ofensivo ao falar que criança é feita para azucrinar. (O parecer completo do Conar está aqui)

Meu filho come e comerá saudável sim senhor. Eu o educo com a maior paciência e tive sim problemas com o anúncio veiculado durante o filme Rio, assim como muitos outros que passam na televisão. Quando ele beirava os 3 anos ele assistiu a um anúncio que mostrava um brinquedo voando, não era de controle remoto nem capaz de realmente voar. O maior problema não foi deixar de comprar o produto, mas fazê-lo entender que o brinquedo não voava. Por um grande período evitei a televisão pois notava que uma criança tão nova era incapaz de distinguir anúncios de programas infantis.

O CONAR se defende falando sobre censura, sobre o direito de expressão. O McDonald´s escapou de ter seu McLancheFeliz banido de BH devido ao “livre comércio”, mas gostaria de saber quem irá garantir o direito de ligar a tv ou mais, de andar nas ruas sem ser bombardeado por anúncios que recorrem a criança diretamente? Quem irá explicar para meu filho que, ao contrário do que tudo ao redor diz, ele não irá virar super herói se consumir determinado produto? (só um exempo ok?) Sim, a nós pais cabe o não, a conversa, o diálogo. Este é o nosso dia-a-dia. E à sociedade nada cabe? As crianças não são o futuro? O nosso futuro?

Uma vez uma psicóloga disse que proibia o filho adolescente de ter a tv no quarto, que determinava horário para ver tv, usar celular, a internet, escolhia os filmes que o filho assistia. Quando questionada por uma amiga se não seria melhor o diálogo, o explicar e deixa-lo escolher, a resposta foi um sonoro não. O motivo maior não era a capacidade de compreensão do seu filho, nem o quanto os pais poderiam dialogar. O motivo era simples “a pressão externa é tão grande que nesta idade ele não conseguiria entender”. Um adolescente não entende e esperam que uma criança tenha maturidade para entender!

Fui criada por um pai empreendedor, que trabalhou muitos anos em diversas áreas ligadas a publicidade. Quando criança, quando eu criticava alguma propaganda ele logo desafiava:” faz melhor!” E lá ia eu, ainda criança, desenhar, modificar, criar!

Talvez fosse melhor o CONAR,  tantos profissionais de publicidade, tantos criativos, e empresas que acreditam depender destas propagandas encararem este pedido de mudança (vindo do Instituto e de tantos consumidores)  como um desafio! Que tal mudar, criar diálogo, criar um novo caminho ao invés de apenas ficar na defensiva (e ofender)? O Alex @Bogusky é um excelente exemplo!

Enquanto isto não acontece minha decisão é evitar a televisão e dizer não aos produtos que não souberem respeitar o direito do meu filho que #aos4, certamente nem ouvindo tantos nãos ou nossas explicações está preparado para lidar com isto.


Indico ler também:
Censura, não. Direitos.
Conar demonstra sua falta de responsabilidade para lidar com a ética em parecer sobre denúncia feita pelo Instituto Alana

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tum-Tum

Irmã coruja que sou, precisava compartilhar com vocês este texto lindo escrito pelo meu irmão. Me emocionei!

Tum-Tum
 
Algumas coisas simplesmente fogem ao nosso planejamento. Ontem um pneu furado me fez planejar uma procura ao borracheiro o mais cedo possível para não chegar atrasado ao trabalho. As opções eram uma oficina próxima e um posto de gasolina que oferecem o serviço. Cheguei à oficina no horário de abertura e já não era o primeiro a ser atendido. Resolvi buscar o posto e o borracheiro estava atrasado. Retornei para oficina e passei a ser o terceiro da fila ao invés do segundo. Claro que a previsão de chegada ao trabalho não foi a mesma da véspera. Tum-Tum.
 
Programei ser rico aos trinta e cinco, mas estando a seis meses do deadline, ou como preferem os juristas, do prazo ad quem, rico mesmo só se aquele bilhetinho da Mega-Sena estiver premiado. Ao menos eu jogo, pois o que mais vejo são pessoas sonhando o que fariam com o prêmio, mas nunca jogam. Tenho certeza que isso dificulta um pouco o processo. Tum-Tum.
 
Acredito que temos que ter nossos sonhos e traçar objetivos para alcançá-los dia após dia. Acho que a reflexão dever ser no mínimo semanal para avaliarmos se naquela semana fomos nossos próprios melhores amigos, conselheiros, companheiros e trabalhadores na busca da realização. Será que fiz o melhor que podia? Tum-Tum.
 
Já escrevi uma vez sobre o acaso. Lembro-me que parafraseei Jon Lennon que dizia que “a vida é tudo aquilo que acontece enquanto você está ocupado planejando o futuro”. Temos que ter jogo de cintura para nos adequarmos a toda a mudança de plano que foge ao nosso controle. Tum-tum.
 
Porém, nem sempre esse acaso é um obstáculo. Ás vezes esse acaso é a oportunidade que vem passando lentamente em um seguro cavalo selado pronto para montar. Outras vezes é a queda que faz levantar, andar, correr. Outras, para um restritíssimo grupo de sortudos, é um bilhete lotérico premiado. Quase um milagre. Tum-tum.
 
Quando me referi à busca da realização leiam busca da felicidade. As manchetes de jornal comprovam que pouco importa um bilhete premiado se escolhemos para esposa uma ambiciosa futura viúva. Sempre ouço – e acredito – que Deus sabe o que faz. Creio que traçamos nosso destino de acordo com as atitudes que tomamos diante de todos esses acasos. Tum-tum.
 
Nesta altura alguém já deve ter feito a pergunta: Que “tum-tum” é esse? De repente seria mais apropriado um tic-tac, do relógio de nossas vidas que não param um só segundo. Nas aulas de português é a manutenção do hífen nos compostos de elementos repetidos. Na interminável construção do prédio ao lado é o bate-estacas que te acorda mais cedo do que deveria.
 
Na verdade tum-tum nada mais é do que um efeito sonoro. Mas este som é inesquecível. Jamais haverá samba enredo que consiga a simetria tão perfeita de intervalos e movimentos. Esse som foi ouvido em um exame recente, em uma sala escura, na tela de ínfima dimensões em comparação com os catálogos de anúncios de eletrônicos. Tum-tum, tum-tum, tum-tum.
 
O verdadeiro milagre é algo pequenino, de 50 milímetros, tem forma, cérebro, coluna vertebral. Tum-tum é o mais bonito som de um coração batendo. Meu bilhete foi premiado. SEREI PAI! ESTAMOS GRÁVIDOS!
 
Adolfo Assis

E eu serei tia! Mais uma vez tia coruja! Meu coração explode de alegria e amor come sta notícia!

Ele escreve bem não? Quem sabe ele não se anima e vem nos contar mais sobre o "Universo Paterno" ;-)