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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

É da nossa conta!


Recentemente conheci através da Samantha Shirashi o trabalho da Rede Pró Menino. Felizmente, assim como eu, muitas pessoas abraçaram a ideia desta blogagem coletiva pela erradicação do trabalho infantil. Vou parecer um pouco repetitiva, mas novamente vou citar a experiência do meu pai, por ter sido a mais próxima em relação ao trabalho infantil.

Meu pai começou a trabalhar aos 8 anos de idade, entregando as roupas que minha avó lavava. Logo depois veio o seu primeiro emprego "oficial" numa mercearia. Também foi lá que sofreu sua primeira demissão "por justa causa". Ele, ainda criança, muitas vezes passava o dia apenas com um copo de leite e um dia não resistiu e pegou as sobras do almoço que a dona da mercearia direcionava para o papagaio de estimação. Céus! Não estou falando para descuidar do animal, mas ignorar a fome de uma criança?!

O tema me toca, pois meu pai concluiu apenas a primeira etapa do fundamental. Mesmo sendo um leitor ávido e grande auto didata, sentiu os reflexos de não ter concluído os estudos durante toda sua vida. Tenho certeza que ele poderia ter alçado voôs ainda maiores. Que chance ele teria hoje neste mercado onde muitas vezes uma pós graduação é considerado pouco? Lembro dele ficar envergonhado de não saber inglês, errar certas palavras, e ao mesmo tempo sentir uma felicidade e orgulho enormes por nos ver adquirindo o conhecimento ao qual ele não teve acesso.

Um dos sonhos na minha vida eu não consegui, nem conseguirei realizar,  era cuidar dele, falar "pai, pode parar de trabalhar que agora eu cuido de vocês". Meu pai faleceu antes. O legado ele deixou, talvez por isto o tema educação me interessa cada vez mais, sou grata por tudo que nos proporcionou e ensinou.

No momento não estou envolvida em trabalhos voluntários, mas faço minha parte como consumidora, deixando de comprar marcas que utilizem trabalho infantil. Ajudo algumas instituições de forma pontual e planejo voltar a me envolver mais, voltar a seguir o exemplo dos meus pais.

Entendo que em muitas situações as famílias ficam sem escolha, a fome é imediata, mas não deveria ser assim. O trabalho infantil alimenta o ciclo de pobreza, afasta inúmeras crianças da educação e oportunidade de melhoria de vida. Boas escolas públicas, em horário integral, certamente poderiam fazer uma grande diferença. Quem sabe com uma grande mobilização conseguiremos?

Esta blogagem coletiva planta uma semente, nos faz refletir e motiva a sair do teclado e ir além. Quem sabe um dia a história de muitos será diferente.


Saiba mais, reflita, participe!

Blogagem coletiva É da nossa conta!
Mais informações:A Vida Como a Vida Quer da Samantha Shiraishi (@samegui) -É da nossa conta! Trabalho infantil e adolescente
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Twitter: @promenino

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Professores, o meu muito obrigada!


Sempre acreditei na educação como a única forma de mudar o mundo para melhor. A educação nos capacita, nos torna capazes de avaliar e contestar informações, de fazer escolhas melhores. E quem mais além de nós mães e pais pode ter grande influência na vida de nossos filhos? Os professores!

Lembro com carinho de cada professor que me influenciou de forma positiva.

Lembro da professora Elvira de português, muito rigorosa, mas a primeira pessoa que me motivou a escrever, que me fez acreditar que poderia escrever bem. (ela morreria com esta sentença com tantos "ques")

Lembro do professor Guilherme de história, ele nos desafiou a criar programas de rádio e nos envolveu em debates sobre presidencialismo e parlamentarismo. Certamente professor Guilherme motivou meu interesse na política e me fez ver a importância do tema.

Prof. Cáritas, também de história, além de excelente professora, ainda arrumava tempo para conversar com as meninas sobre meninos, namoro, a vida!

Lembro com carinho do professor de matemática Moura. Ele suou muito para me mostrar que não só era capaz de aprender matemática, como sabia a matéria.  O primeiro a tentar eliminar um bloqueio criado por outro professor.

Da prof. Beth e  Eliete, outras excelentes professoras de português. A prof Maria Antonia que ao invés de simplesmente nos ensinar história, realizou conosco uma "reprodução" do último baile da ilha fiscal.

De professores da faculdade e pós graduação que me desafiaram a buscar sempre melhorar (Nico van Dongen !) e nunca ficar satisfeita com apenas o bom. Eliana Formiga da faculdade, numa simples conversa me deu dicas preciosas para conquistar meus primeiros clientes.

Do grande mestre, professor e amigo Henrique Sarkis. Me desafiou, jogou na fogueira, dando oportunidade para minha primeira palestra já para um grupo de  mais de 70 pessoas. Suas turmas passaram a ter uma busca absurda, pois ele ia além, tocava as pessoas e, quem o escutava, certamente mudou e cresceu profissionalmente.

Poderia prosseguir com a lista (felizmente a minha é grande), falar um pouco de cada um, mas hoje queria apenas agradecer. Agradeço a cada um, por cada ensinamento, desafio, crescimento!

Agradeço e peço que as pessoas voltem a dar o devido valor a estes profissionais. Eles certamente fazem parte de um grupo muito especial de pessoas, capaz de gerar mudança, mudança para um mundo melhor!