Queria muito homenagear aqui meu pai, meu avô e o papai do Lucas. Infelizmente o pequeno está com febre, dente nascendo e entre trabalho e cuidar dele sobra muito pouco tempo.
Decidi publicar este texto escrito a 2 anos atrás para o meu pai... um desabafo da saudade mas também uma lembrança positiva.
Hoje dedico este texto a todos os pais que batalham tanto para que mesmo neste mundo estranho que vivemos seus filhos se sintam seguros, consigam ter infâncias cheias de brincadeira e imaginação, repleta de sonhos!
Espero que gostem.
Sexta feira… 17:32h…cheia de tarefas a cumprir aqui no escritório mas volta e meia vem na minha cabeça "Nossa! Domingo completa 3 anos que papai faleceu".
Confesso que perceber a proximidade da data explica o turbilhão de emoções desta semana. Irritação, ansiedade, tristeza, esforço para dar gargalhadas, muitas vezes nervosas… não, não foi só isto, claro que tive momentos bons. Cada ano que passa as emoções se repetem mas parecemos lidar um pouco melhor com elas. Aliás, me desculpem se me torno repetitiva mas escrever é a forma de retomar a paz… ou dividir um pouco as lembranças e a dor. É um desabafo silencioso, uma reflexão.
Durante estes anos já escrevi alguns vezes sobre o assunto e no final o resultado, acredito, é positivo. Alivia meu peito, me faz sorrir. Segundo alguns amigos que passam por isso alivia o deles também, parece trazer sanidade, ou normalidade, já que nos identificamos. "Alguém sente o mesmo que eu sinto!" Aos que não passaram, espero que os ajudem a valorizar cada momento. Como a vida passa rápido! Como os momentos são capazes de escapar por nossas mãos!
Nossa! Como sinto saudade dele. Às vezes consigo relembrar (e sentir) a sensação de receber seu colo, seu carinho, de sua massagem no pé, massagem que encerrava com uns tapas no pé! Doía! Mas funcionava! Sinto saudades de seus conselhos.
Minha admiração por meu pai é profunda. Pai-herói! Profissional brilhante! Líder nato! Pai criativo! Coração enorme!
Esta semana revivi com uma amiga um dos grandes ensinamentos do meu pai. Tudo é possível. Ele me fez sonhar. Me ensinou a voar com os pés no chão. Saber que tudo é possível mas também a batalhar e ter perseverança para ir atrás de meus objetivos.
Os sonhos começaram com seus contos infantis originalíssimos como o cavalo de 10 patas que na repetição constante, como quem conta um conto aumenta um ponto, no final já tinha 1000 patas. Com a mulher que tinha o cabelo que abraçava o mundo e com isso ajudou a aquecer muitas pessoas. Continuaram a crescer com os inúmeros livros de Monteiro Lobato comprados nos sebos do Centro. Cresceram nas brincadeiras e nas conversas. Na motivação e carinho.
Até hoje existe lá em casa um quadro com desenhos que fiz quando tinha 4 anos de idade. 4 anos! Não foi a toa que aprendi a desenhar. Com quatro anos fizeram com que eu acreditasse que poderia ser Picasso! (risos)
A força e perseverança veio principalmente através do exemplo. Meu pai que pouco carinho recebeu da família, teve pouquíssima chance de estudar...virou um empresário, um pai amoroso, criou uma família linda e unida, foi um amigo dedicado. Não foi só sorte, não foi mágica. Crescemos escutando como ele batalhou... e como mamãe o apoiou, ou como ele diria, colocou ordem nesta batalha. Foi uma parceria nota 1000!
Sei que sonhos não caem como presente no colo mas também sei que são possíveis! Pai, até hoje você me faz voar, sonhar. Sinto sua presença todos os dias. Dedico meus sonhos a você e, mais ainda, minha realizações. Grata!
Anamaria
O Universo Materno parece um mundo paralelo. Um planeta do qual só entende quem o vivencia. Aqui divido minhas aventuras neste novo universo e mais...espero torná-lo um espaço para desabafos, troca de opiniões e informações. Sejam bem-vindas! (Minhas opiniões não são regras, cada um sabe o que é melhor para si e seus filhos. Em nenhum momento tenho a pretensão de substituir médicos e pediatras)
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4 comentários:
Só quem passou por isso sabe dizer o quanto dói... juro que não logo para datas festivas, mas tem dia que me pego com uma dor no peito, um vazio. Meus sonhos são tão reais que parece que meu pai ainda está aqui. Chego a sentir o abraço. E de pensar que já são quase 12 anos...
Ana querida, vc sabe que tenho uma história super punk com meu pai... ele não foi quase nada disso que vc vivenciou, mas ainda sim lhe sou grata pelo melhor presente que tenho, que é existir. A minha vida é tudo de bom, e devo isso a ele! Como eu já te disse antes, ler sua história me inspira a construir algo diferente na família que estou formando agora, ao lado do Máximo, que é um pai nota 1000. Assim, consigo reparar em mim muito do que vivi na infância e me fortalecer vendo a Rafaela curtir isso de montão. É muito gostoso ler suas referências, começo a ter idéias boas, a fazer novas construções emocionais dentro de mim. Agradeço por ser referência de que as coisas podem ser mágicas, sonhos e delícias!
Um beijo bem grandão no Lu!
Dani.
Virgína,
a saudade é eterna! Mesmo assim fomos abençoadas de ter ais maravilhosos, mesmo que não pelo tempo que desejávamos.
Um grande abraço!
Dani,
vc e meu pai são um exemplo de amor para mim. Tão bonitos e fortes! Não é qualuqer pessoa que consegue quebrar o ciclo criado pela falta de afeto como ele conseguiu e vc consegue.
Estou sempre aprendendo com vc!
Agradeço!
Ana maria, e não e a toa que seu pai criou uma filha como voce, centrada, batalhadora, amorosa,dedicada em tudo, ele onde estiver sente um orgulho danado de voce, eu que nao tive um pai assim,sinto uma alegria de ler algo tao bonito, e quero que meu filho cresça e pense poxa que legal eu tive um pai e uma mae, eles erraram,acertaram e me amaram acima de tudo.Beijocas
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