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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Colo... eu quero!

Hoje o texto é de uma grande amiga minha, amiga irmã... mãe de duas meninas lindas! Há tempos a convidava para escrever aqui, hoje acordo e recebo logo de presente este belíssimo texto. Retrata o que eu acredito, amor nunca é demais. Espero que gostem, quem sabe ela não se anima a escrever mais ;-)


COLO... EU QUERO!

Quando a gente engravida, já começa a ouvir milhares de palpites das pessoas mais "experientes". Todo mundo tem um bom conselho para dar. Dos muitos que recebi, dois não me saem da cabeça. Um era sobre dar muito colo para o bebê, diziam que ficaria mal acostumado, só ia querer colo, ia ficar manhoso. O outro, era sobre não permitir que a criança dormisse na cama dos pais, senão ela jamais iria acostumar com seu próprio quarto, ia ser uma "guerra" na hora de tranferi-la para seu quarto, senão, senão... bobagens!

Pois bem, ao parir, lambi minha cria como um bicho, beijei, dei colo, abracei, dei colo, amamentei, dei colo, e contrariando todos os conselhos, enfrentando todos os olhares tortos e de reprovação, dei todo colo que eu consegui. Minhas filhas quase não têm kilometragem no carrinho de bebê, muito menos no bercinho. Dei todo colo do mundo. Passava dias - e noites- dando todo colo que eu conseguia dar.

Berço? Foi a compra mais inútil da minha gravidez , ambas nem tomaram conhecimento desse objeto. Foram meses e anos de cama compartilhada. Com o nascimento da segunda, cheguei a ouvir coisas do tipo: "-Vê se dessa vez faz direito e coloca a bebê no bercinho dela, senão será trabalho dobrado depois." ou "Agora não vai ter mais espaço, vai ter q colocar no quarto dela."  E com a segunda, mudei mesmo... de cama! Viva as camas king size! rs

Hoje, a primogênita tem 3 anos e 7 meses e a caçula 1 ano e 9 meses, e eu ainda gosto de dar colo, muito colo, mas preciso implorar por 5 minutinhos dele. Essa história de ficar manhosa, mal acostumada é verdade sim, EU fiquei!!! Elas aprenderam a andar e, com a mesma segurança que meu colo transmitiu a elas enquanto bebê, elas caminham nos seus primeiros anos de vida. Recorrem ao colo sempre que uma dor, um sono ou um medo estão por perto. Sabem que esse colo sempre estará ali, em qualquer idade.

Mudamos de casa, elas ganharam um quartinho novo que decorei com muito carinho. Resolvi, não sem dor, que era hora delas usufruírem desse novo cantinho. Já fazem 4 noites que elas dormem em seu próprio quarto, cada qual em sua caminha. Sob protesto sim, do papai! Ele se sente muito só, sem a ninhada toda emboladinha na gente.

Fico me perguntando, onde foram parar as dificuldades, as crianças manhosas, as lutas que tanto me alertaram? A resposta eu sei. Foram parar bem longe das minhas duas meninas, que ao serem tão amadas, muito amadas, cresceram crianças seguras de si, seguras do seu lugar no mundo. Crianças felizes por saberem que podem enfrentar coisas novas, podem seguir por qualquer caminho, podem encarar qualquer parada, podem ir a qualquer lugar, porque haja o que houver, elas sabem que há um colo certo e uma cama quentinha cheia de amor as esperando.

É a segurança do amor. Nestas 4 noites nenhuma delas foi, no meio da noite, dormir na minha cama. Que pena.... mas hoje é outro dia, quem sabe uma delas não resolve aparecer por lá? Vou ficar torcendo...   ;-)

Marcela Andrade